2005/06/28

AMOR

O amor é foragido, proibido por decreto-lei e encontra-se refugiado algures num local indeterminado.
O amor mostra-se perigoso quando invade alguém e, segundo se diz, consegue mutilar mesmo o mais temido e corajoso guerreiro.
O amor caiu em desuso e por isso pode ser perigoso para todos.
O amor está fora de validade e julga-se que, ao entrar na mente de alguém, provoca danos irreparáveis. Não há antídoto para o amor e por isso qualquer um está à sua mercê.
O amor é o mais terrível inimigo da sensibilidade e torna o ser humano vulnerável às injustiças sociais e pode até revoltá-lo.
O amor, quando se espalha, pode provocar crises que elevam a auto-estima e, por isso, fazer as pessoas mais humanas.
O amor faz sorrir, dá prazer e é por isso perigoso, porque são hábitos inapropriados a uma sociedade onde a rentabilidade não pode ser ameaçada.
O amor pode fazer com que as pessoas deixem de ser máquinas e assim deixem também de poderem ser manobradas e controladas.
O amor cega as pessoas ao ponto de as tornar naturais.
O amor cerca os pensamentos e, quando ataca duas pessoas ao mesmo tempo, pode reduzi-las a meros seres medíocres de sentidos absurdos e provocar-lhes destinos comuns o que é arriscado pois pode arruinar as suas carreiras.
O amor faz sofrer, mata a vontade de resignação e, por isso, deve ser exterminado o mais rapidamente possível.
O amor espalha-se e é contagioso.

Pede-se a quem o encontrar que se dirija ao posto de autoridade mais próximo para que seja localizado e erradicado.

3 Comments:

At janeiro 12, 2006, Anonymous Anónimo said...

Em apenas doze palavras, este texto sobre o amor está simplesmente...genial!

 
At março 03, 2007, Anonymous Anónimo said...

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At setembro 30, 2008, Blogger Mel said...

Fantástico o teu texto. Gostei mt. :)

 

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